O sol ainda nem tinha subido direito quando David Defante já estava na rua

O sol ainda nem tinha subido direito quando David Defante já estava na rua, carregando nos ombros o peso de mais um dia de trabalho. Ele sabia que nada vinha fácil, e talvez por isso cada passo era firme, cada esforço tinha propósito. O suor não era sinal de fraqueza — era a assinatura de quem constrói a própria história com as próprias mãos.



No caminho, ele encontrava rostos cansados, iguais ao dele, gente que batalha e quase nunca é vista. David, no entanto, tinha um brilho teimoso nos olhos: aquela chama de quem acredita que o trabalho honesto ainda é capaz de mover alguma coisa no mundo. Era essa fé que o mantinha andando, mesmo quando tudo parecia desabar.

Mas o sistema — esse monstro invisível — sempre encontrava um jeito de pesar mais. Uma regra injusta, um corte de direitos, um pagamento atrasado, uma porta fechada na cara. Não importa quanto David se levantasse cedo, quanto se esforçasse: parecia que alguém sempre puxava o tapete antes que ele terminasse o passo. Era como lutar com um inimigo que ele nunca via, mas sentia todos os dias.
Ainda assim, David não desistia. Ele continuava, porque desistir seria entregar sua vida àquilo que tentava esmagá-lo. O trabalho honesto dele não era apenas sobrevivência — era resistência silenciosa. A cada tarefa cumprida, a cada responsabilidade assumida, ele dizia para o sistema: “Eu não vou cair fácil.”

Mas havia dias em que a pressão vinha pesada demais. Quando ele olhava para o que fez, para o esforço, para o tempo investido… e via tudo desmoronando como se não valesse nada. A sensação de injustiça ardia como um corte novo: não era só o trabalho sendo destruído, era a dignidade sendo testada. Era nessa hora que a revolta batia forte.



E mesmo assim, no final do dia, com o corpo cansado e a alma arranhada, David respirava fundo e prometia a si mesmo que amanhã tentaria de novo. Porque o sistema pode até tentar destruir o trabalho de um homem — mas não consegue destruir sua coragem de recomeçar. E é nessa coragem que David Defante segue, firme, lutando não apenas por um dia de trabalho honesto, mas pela esperança de um mundo que finalmente reconheça o valor de quem constrói tudo com as próprias mãos.